quarta-feira, 29 de julho de 2015

De como a diabetes afeta a fertilidade



Os níveis elevados de açúcar não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, evidencia um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC).

A investigadora do grupo de ‘Biologia da Reprodução e Células Estaminais’ do CNC acredita que "este trabalho constitui um passo importante no esclarecimento dos mecanismos de ação da diabetes no sistema reprodutor masculino, permitindo delinear novas abordagens para estudos futuros."

A pesquisa realizou-se num sistema in vitro, possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos.

O estudo é inovador por avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática que não são usualmente avaliados, mas que fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular.

Sandra Amaral nota que "nas últimas décadas se tem assistido a um notório aumento do número de casos da diabetes em todo o mundo sendo que, atualmente, ultrapassa já um milhão de casos em Portugal, constituindo um número preocupante numa população com a dimensão da nossa."

A diabetes encontra-se já entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e tem efeitos prejudiciais em quase todos os sistemas de órgãos, não sendo o sistema reprodutivo uma excepção.

"Apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença. Contudo, não excluímos a possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides", observa.

Confira a matéria no portal Ciência Hoje!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Clamídia: a grande inimiga da fertilidade



A clamídia é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum entre homens e mulheres. Aliás, muita gente tem clamídia e não sabe. Por se tratar de uma doença silenciosa, cujos sintomas vão aparecer bem depois, é fundamental usar preservativo durante as relações sexuais.

É frequente, desde as primeiras relações sexuais, a jovem notar algum corrimento e deixar o consultório do ginecologista com prescrição de antibióticos tanto para ela, como para o parceiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se 2,8 milhões de novos casos de clamídia todos os anos, embora somente metade disso seja devidamente reportado às autoridades de Saúde. Em segundo lugar vem a gonorreia, com mais de 800 mil novos casos.

A ardência ao urinar e desconforto durante as relações sexuais, além da presença de um tipo de corrimento, são os sintomas mais comuns da doença. Nos homens, também pode haver dor na região da abertura do pênis. Na maioria das vezes, quem procura o médico primeiro é a mulher, porque apresenta mais sintomas. Porém, o tratamento diz respeito ao casal. Mesmo nos casos de sexo casual, então, vale a pena avisar o parceiro sobre a importância do tratamento. Além dos antibióticos, o ideal é evitar relações sexuais por no mínimo sete dias.

Quando não tratada ou quando a mulher não completa devidamente o tratamento, a clamídia pode se espalhar pelo útero e pelas tubas uterinas e causar a doença inflamatória pélvica (DIP), que é uma infecção tão séria e comprometedora para o sistema reprodutor, que pode levar à infertilidade permanente ou a episódios de gravidez ectópica – que se desenvolve fora do útero. Casos como esse oferecem risco elevado, já que pode ocorrer hemorragia interna, resultando em cirurgia de urgência.

Confira a matéria no site Diário da Manhã!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Estudo comprova que stresse está associado à infertilidade


 Já se sabia que a dificuldade em engravidar pode ser extremamente perturbante para alguns casais, mas, pela primeira vez, investigadores conseguiram reunir dados que demonstram que o stress pode ocupar um papel importante e concreto nos casos de infertilidade.

Mulheres com alto nível de alfa-amilase - indicador biológico de stresse, medido através da recolha de saliva - têm, a cada mês, 29% menos hipóteses de ficar grávidas e mais do dobro de hipóteses de serem medicamente classificadas como inférteis. Ou seja, apesar de não utilizarem métodos contraceptivos e de terem regulares relações sexuais, demoram mais de um ano a engravidar.

Os investigadores liderados por Courtney Lynch, directora do departamento de reprodução da Universidade de Ohio - Centro Médico de Wexner, estudaram 501 mulheres, com idades entre os 18 e os 40 anos, sem problemas de fertilidade identificados e que estavam a começar a tentar engravidar. As participantes foram seguidas ao longo de um ano ou até engravidar. A partir de agora, Lynch espera que os resultados da investigação encorajem estas mulheres a tentar controlar os seus níveis de ansiedade, através das técnicas disponíveis (Yoga ou meditação).

Esta investigação é apenas uma das 250 apresentações orais que serão apresentadas até esta terça-feira na FIL, em Lisboa, no âmbito do Encontro Europeu Anual da Sociedade de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) e que reúne na capital mais de 11 mil especialistas de todo o mundo nesta área. O evento, considerado o maior do mundo nesta especialidade, vai na 31ª edição, mas é a primeira vez que se realiza em Portugal.

O encontro começou a ser preparado há cerca de dois anos e procura incluir trabalhos sobre os grandes temas da atualidade científica. Carlos Calhaz-Jorge, responsável dos Setores de Ginecologia e de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte e membro do comitê executivo da Sociedade Europeia, explica que a primeira candidatura portuguesa para acolher o congresso aconteceu há uma década, mas, "na altura, a cidade não tinha estrutura para receber um encontro com esta dimensão". Há 28 anos que o médico comparece a estas reuniões, caracterizadas pela troca de experiências entre os especialistas que se dedicam a resolver os problemas dos 10 a 15% de casais que apresentam problemas de infertilidade.

Confira matéria no site Expresso!